Lógica Paraconsistente: Máquina de Turing Paraconsistente Não Separáveis

As Máquina de Turing Paraconsistente Não Separáveis (MTPNSs) permitem a mistura de caminhos indiscriminadamente não permitindo aproveitar de forma adequada o paralelismo. Isso ocorre porque todas as possíveis combinações de estados e símbolos nas células da fita são considerados na execução das instruções. Essa é uma característica de algumas propriedades da LFI1 como a conjunção que valida a regra de separação (se ├LFI1 A^B então ├LFI1 A e ├LFI1 B) e a regra de adjunção (se ├LFI1 A e ├LFI1 B então ├LFI1 A^B). Assim, se ΔLFI1 (M(n)) ├ Qi(t, x) ^ Sj(t, x) e ΔLFI1 (M(n)) ├  Qk(t, x) ^ Sl(t, x), é também possível deduzir ΔLFI1 (M(n)) ├ Qi(t, x) ^ Sl(t, x) ΔLFI1 (M(n)) ├ Qk(t, x) ^ Sj(t, x). Consequentemente, se quiser definir um modelo de MTPs onde os diferentes caminhos de computação não se misturem totalmente, deve-se considerar uma lógica paraconsistente onde não seja valida a regra de separação ou a regra de adjunção (ou ambas).

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Existem lógicas paraconsistentes com conjunções não-adjuntivas, como a lógica discursiva de primeira ordem D2. Para utilizá-la novos axiomas teriam que ser propostos para indicar quando diferentes elementos no processo de computação podem ser considerados em conjunto. Como não existem lógicas paraconsistentes onde a regra de separação não seja válida, é preferível definir uma lógica paraconsistente na qual não seja valida a regra de separação, de forma a permitir interpretar os diferentes elementos da máquina correspondentes a um caminho de computação como estando inter-relacionados, o que permitirá pensar em caminhos de computação independentes.

Uma lógica paraconsistente não-separável (PNS5) é obtida a partir da lógica modal S5 através da função de tradução do conjunto de fórmulas ForPNS5 → ForS5. Dessa maneira a lógica PNS5 fica definida e é uma sublógica de S5. A definição dos conectivos em PNS5 são:

  • O conectivo • de inconsistência: •A = A ^◊ ¬◊A = ◊A ^ ◊¬A, em S5;
  • O conectivo ◦ de consistência: ◦A = ¬◊•A = □¬A v □A em S5;
  • A negação clássica ¬: ¬A = ¬◊A ^◊ ◦A = ◊¬A ^ (□¬A v □A) em S5;
  • A conjunção clássica: A^B = (A ^◊ B) ^◊ (◦A ^◊ ◦B) = ◊(A ^ B) ^ (□(A ^ B) v □(A ^ ¬B) v □(¬A ^ B) v □(¬A ^ ¬B)) em S5.

Com estas definições, os princípios de explosão passam a ser teoremas de PNS5. Tendo em conta tais características PNS5 pode legitimamente ser considerada como uma LFI. Para poder usar PNS5 em lugar da LFI1, é necessário estende-la à primeira ordem incluindo os quantificadores e a igualdade, S5Q=.Leia mais »

Lógica Paraconsistente: Máquina de Turing Paraconsistente

Nas Máquinas de Turing Paraconsistentes (MTPs) é possível, em principio, usar qualquer lógica paraconsistente de primeira ordem. A versão de primeira ordem utilizada foi a LFI1 lógica de inconsistência formal (LFI) que estende a lógica positiva clássica incluindo conectivos de consistência ◦ e inconsistência •, além de ter uma semântica simples e bem estabelecida.

As noções de inconsistência e contradição coincidem, através da equivalência •A ↔ (A^¬A), e o conectivo de consistência serve para recuperar o caráter explosivo das contradições:

  • se Δ |- LFI1 a e Δ |- LFI1¬a
  • então Δ , ◦α |- LFI1 β para toda fórmula β.

Além disso, ela permite codificar todas as inferências validas da lógica de primeira ordem clássica.

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Pelo fato de LFI1 ser uma extensão da lógica positiva clássica, a aplicação de múltiplas instâncias de esquemas de axiomas do tipo Aij (I), Aij (II) ou Aij (III), para o mesmo instante de tempo t, denota a execução simultânea das respectivas instruções, o que pode levar a multiplicidade de símbolos em algumas células da fita, ou a multiplicidade de estados ou posições da máquina. Tal multiplicidade, em conjunção com o uso de axiomas do tipo (Aqi) ou (Asj), necessariamente leva a contradições, as quais em LFI1 são identificadas com inconsistências.

Adicionando condições de inconsistência nos dois símbolos iniciais das instruções de forma a controlar sua execução, q•i indicará que a instrução será executada unicamente no caso em que a maquina esteja em múltiplos estados ou posições, enquanto s•j indicará que a instrução será executada unicamente no caso em que a célula da fita (onde a instrução vai ser executada) contenha múltiplos símbolos. Estas condições correspondem formalmente a colocar o conectivo •, respectivamente, na frente do predicado Qi ou Sj no antecedente dos axiomas que expressam instruções. Estas condições permitem aproveitar o paralelismo das MTPs.Leia mais »

Lógica Paraconsistente: Máquina de Turing

Para falarmos da máquina de Turing, precisamos conhecer seu criador: Alan Mathison Turing (1912-1954), conhecido também como Alan Turing. Ele foi um matemático britânico nascido em 23 de junho de 1912 na cidade de Paddington, na Inglaterra. Estudou na tradicional Escola Sherbourne tendo-se graduado em 1931 em Matemática pela Universidade de Cambridge.

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Depois de formado, e após muito estudo, criou uma máquina automatizada que calcula qualquer algoritmo e processa as instruções mecanicamente na própria máquina. Essa é a tão famosa Máquina de Turing que serviu como protótipo para os computadores atuais e permitiu o desenvolvimento do “Enigma” que foi capaz de decifrar os códigos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

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Máquina de Turing

Uma Máquina de Turing pode ser descrita como sendo constituída por uma cabeça de leitura/escrita e uma fita unidimensional potencialmente infinita em ambas as direções. A fita e dividida em células, cada uma das quais com capacidade de conter um único símbolo. Em cada instante de tempo a máquina se encontra em um determinado estado, e com a cabeça lendo uma célula especifica da fita, a qual ela considerada como sendo a posição atual da maquina. A configuração atual da maquina consiste na junção do estado atual e do símbolo que esta sendo lido na posição atual.

O comportamento da máquina é determinado por um conjunto de instruções, as quais indicam a operação a se realizar dependendo da configuração atual. As únicas operações que a maquina pode realizar são: escrever um novo símbolo na posição atual (substituindo o símbolo anterior) ou realizar um movimento da cabeça a esquerda ou direita, passando a uma célula subsequente da atual. Os estados, os símbolos de leitura/escrita e as instruções são conjuntos finitos.

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