Fernando Brandão – Um Brasileiro em Terras Quânticas

Com todo esse frenesi em torno da supremacia quântica, não foi deixado de notar o dedinho (a mão, o braço, a mente… enfim…) de um brasileiro que não teve medo de encarar esse mundo bem estranho no meio de gente também estranha. Esse é o brasileiro Fernando Brandão.

fernando_brandaoProfessor Fernando Brandão

O físico docente do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Fernando Brandão, aos 36 anos contribuiu no desenvolvimento do computador quântico da Google Sycamore que resolveu em 200 segundos um problema que levaria 10 mil anos para os computadores clássicos solucionarem. Se você, leitor, não estava em outro mundo já deve ter ouvido essa noticia, senão acessem esse link para saber mais sobre a supremacia quântica.

Mas quem é o professor Fernando Brandão? De que universo paralelo ele surgiu? Porque aqui no Brasil não conseguimos um sanduíche de mortadela para incentivar alguém a chegar nesse patamar… “Palma, Palma… não priemos cânico!!” Ele é aqui do planeta Terra, mais precisamente do Brasil… de Minas Gerais!!! Após graduação em física, descobriu na internet a computação quântica. A partir daí concluiu em 2005 o mestrado sobre emaranhamento na UFMG e partiu para o doutorado no Imperial College de Londres, na Inglaterra, financiado pela CNPQ, entre 2005 e 2008. Continuou na Inglaterra onde fez seu pós doutorado e antes de ocupar o cargo máximo da divisão de teoria física, matemática e astronomia da Caltech em 2015, ele rodou o mundo passando pela Suíça, fazendo outro pós doutorado básico na UFMG e na divisão de Redmond da Microsoft.Leia mais »

Polêmica no Mundo Quântico – Google x IBM: Quem tem a Razão na Supremacia Quântica

Extra!! Extra!! Extra!!! A treta no mundo quântico está rolando solta.

O Artigo

No dia 23/10/2019 a Google publicou um artigo na revista Nature o resultado de 5 anos de estudo afirmando que atingiu a supremacia quântica ao conseguir realizar um calculo matemático em três minutos e vinte segundos no computador quântico de 53 qubits chamado Sycamore, que demoraria 10 mil anos para ser feito por um computador clássico. O resultado ainda será discutido pela comunidade científica. É o mesmo estudo incompleto publicado no site da NASA erroneamente (só pode ter sido o estagiário) em setembro deste mesmo ano. Além do financiamento da Google, a pesquisa reuniu 76 pesquisadores de 10 diferentes instituições como a NASA, Google research, Caltech e universidades dos EUA e Alemanha, como a de Massachussets e da Califórnia em Santa Bárbara. O artigo se encontra disponível neste link.

treta

A Máquina da Discórdia

Apesar da Google ter desenvolvido um processador de 72 qubits no inicio de 2018, o de 53 qubits recebeu maior foco por seus resultados se apresentarem próximo da supremacia quântica. Além disso, o processador de 72 qubits apresentou grande instabilidade devido a um erro no projeto. A tão controversa supremacia quântica foi atingida quando os pesquisadores conseguiram desvendar o funcionamento de um gerador de números aleatórios, o qual demoraria 10 mil anos a ser decifrado no mais potente supercomputador do mundo, o Summit da IBM.

O chip apesar de ter menos de 2 cm, pois cada qubit mede cerca de 1 milionésimo de centímetro, necessita de um sistema de resfriamento de 1,80 m x 60 cm de diâmetro à temperatura de -272.99ºC por meio do gás Hélio para manter a estabilidade dos qubits, além de cada um deles serem alimentados por 3 cabos destinados a amplificação do sinal e eliminação de possíveis interferências. Tão grande que lembra nosso saudoso ENIAC nos primórdios da computação…

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Nos primórdios o ENIAC, na atualidade Sycamore: nada mudou

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