A máquina de Turing Quântica foi primeiro proposta pelo físico teórico David Deutsch (post sobre ele no blog neste link), em 1985, no seu trabalho “Quantum theory, the Church-Turing principle and the universal quantum computer“, disponível neste link.
A máquina de Turing Quântica é uma abstração da máquina de Turing Clássica, processando um algoritmo quântico. O seu funcionamento é similar a máquina clássica, com algumas diferenças contudo que iremos explorar neste post. Vamos primeiro ver a história da máquina de Turing:
1973:
Bennett demonstra que uma máquina de Turing reversível é possível.
1980:
Benioff observa que como a mecânica quântica é reversível, um computador baseado em seus princípios deveria ser reversível também.
1982:
Richard Feynman demonstra que nenhuma Máquina de Turing Clássica pode simular fenômenos quânticos, sendo necessário um computador quântico para isso.
1985:
David Deutsch descreve a primeira máquina de Turing Quântica.
Uma máquina de Turing Clássica começa a computação com um programa e os dados inicias sendo escritos em uma fita. A cabeça é colocada em um estado, e lê o programa. O programa é lido, suas instruções são executadas, a cabeça se move para um lado ou para o outro, lê mais dados, escreve mais dados. Uma máquina de Turing Clássica, porém, é baseada nos princípios da física clássica. Os estados da fita e da cabeça são sempre possíveis de serem lidos e escritos. Os dados sempre podem ser copiados e tudo é definido de forma única.
Em uma máquina de Turing Quântica, ler, escrever e trocar de operações são todas funções realizados via interações quânticas. A fita e a cabeça em si existem em um estado quântico. No lugar da célula de Turing na fita clássica, que pode abrigar apenas bits 0 ou 1, a máquina de Turing Quântica abriga Qubits, que apresentam estados de superposição de 0 ou 1. Uma máquina de Turing Quântica pode codificar muitas entradas para um problema simultaneamente, e então calcular todas as entradas ao mesmo tempo.
Vejamos o Qubit abaixo, aonde a seta para cima representa o bit clássico 1, a seta para baixo corresponde ao 0. A seta no meio dos 2 extremos representa um estado de superposição de 1 e 0.
Vejamos agora o comportamento da fita na máquina de Turing Quântica. O primeiro desenho representa o estado inicial da fita e da cabeça. Os 3 desenhos seguintes representam e exemplificam 3 posições diferentes que a cabeça pode se movimentar, sendo que a Máquina Quântica de Turing, apresenta um estado superposto desses 3 estados ao mesmo tempo.